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Entenda como funciona implante testado em Ribeirão Preto para tratar infecção no olho
- 04/10/2025
HC de Ribeirão testa implante ocular para tratar infecção no olho O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) está testando um novo implante biodegradável para tratar a toxoplasmose ocular. A tecnologia foi desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação Ezequiel Dias (Funed). O implante é colocado direto no olho do paciente com uma pequena intervenção cirúrgica e libera a medicação no local exato da lesão causada pela doença. Segundo as pesquisas, ele não afeta a visão, não causa dor e o tempo de ação varia de três a sete meses. O dispositivo foi criado pelos pesquisadores da UFMG e usado em pacientes que aceitaram participar de um estudo feito em parceria com a USP e a Funed. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Os testes estão sendo realizados em fases. Dos cinco pacientes que participaram da primeira mostra, nenhum apresentou efeitos colaterais e ambos tiveram melhora no quadro clínico. À EPTV, afiliada da TV Globo, o oftalmologista Rodrigo Jorge explica que o implante representa uma revolução na forma de tratar a doença. "Depois de colocado, o paciente não tem que, por exemplo, ficar preocupado em tomar remédio diariamente, vários comprimidos, nos horários corretos. Se formos comparar, por exemplo, a dose clássica de sulfa, que é em torno de 2 gramas por dia, e a dose que a gente coloca no implante, que tem 300 microgramas, seria uma diferença, uma redução em torno de 6 mil vezes", afirma. Segundo ele, os primeiros testes mostram a seguridade do implante. "Ele não foi tóxico para a retina nesses primeiros cinco pacientes e, secundariamente, nós tivemos a felicidade de verificar que ele conseguiu controlar a infecção. Então esses pacientes não precisaram de ter o que a gente chama de resgate com os antibióticos via oral, porque caso a infecção não fosse controlada, esses pacientes teriam que começar a tomar o antibiótico por boca". O dispositivo é colocado dentro do olho do paciente por meio de uma pequena cirurgia, liberando a medicação diretamente na lesão Reprodução: EPTV Resultados positivos A paciente Michelle Diniz Alves foi uma das primeiras a receber o implante em Ribeirão Preto. Segundo ela, os sintomas começaram de forma discreta. "Eu comecei a ver um pouco de embaçamento no meu olho direito, no começo eu imaginava que não era nada, achava que era uma sujeira, alguma coisa ali que eu não devia me preocupar, só que uns três dias depois meu olho começou a ficar um pouco vermelho", afirma. Ela conta que com o tratamento tradicional, ela teria de tomar antibióticos por até 45 dias, com doses elevadas e em horários rígidos. Com o implante, o processo foi mais simples. "Foi excelente para mim. Não preciso ficar tomando remédio o tempo inteiro, não preciso me preocupar, porque o medicamento está aqui dentro. Agora é só acompanhar.” Apesar dos avanços, o tratamento ainda não está disponível ao público em geral. Segundo os pesquisadores, ainda serão necessárias pelo menos mais duas etapas de testes clínicos no HC de Ribeirão Preto para confirmar a eficácia e segurança da tecnologia. O que é a toxoplasmose? A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário toxoplasma gondi, que pode entrar no organismo através de água ou comida contaminada, carnes cruas ou mal cozidas ou até mesmo o contato com fezes de gato. Os sintomas mais comuns e leves são os mesmos de qualquer outro tipo de infecção, levando o paciente a ter febre, dor de cabeça, dores musculares e fadiga. A doença normalmente é confundida com uma gripe, mas casos graves podem levar ao mau desenvolvimento dos fetos em mulheres grávidas, afetar o sistema nervoso central e evoluir para uma encefalite ou comprometer os olhos, no caso da toxoplasmose ocular. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região
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